sexta-feira, 27 de julho de 2007

Música Pop é descartável? É só para adolescentes?

Muita discussão gira em torno da música pop. Gênero musical que detém grande número de adeptos, fácil de dirigir nas pistas e nas rádios, com apelo comercial na maioria dos casos. Por tudo isso, carrega uma série de preconceitos, porém insistir no radicalismo e não enxergar a verdadeira proposta da música pop ou até mesmo o seu valor no que se refere à subversão parece um erro restrito aos xiitas. Qualquer estilo musical, seja o rock, pop ou pagode, deve ser vistos com ressalvas, existe música boa e ruim em qualquer gênero musical.

A música pop parece destinar-se principalmente aos jovens e adolescentes. Desde a explosão das boy e girls bands em que bastava apenas ter um rostinho bonito, saber dançar e ter o mínimo talento para cantar, para torna-los fenômenos midiáticos e conferir certamente muito retorno comercial. Suas coreografias esdrúxulas embalados pelos hits grudentos, dominavam os sentidos dos adolescentes, engajados em decorar e executar perfeitamente suas coreografias. Enfim, hoje a indústria musical parece investir neste mesmo caminho, em busca de supostos talentos (com todos esses atributos já citados), e na reformulação de carreiras artísticas, a fim de renovar a imagem e conquistar o público jovem, o que já virou modinha.

Nelly Furtado é um exemplo de mudança de rumo em sua carreira. No inicio, era tímida e suas canções eram leves e banais. O escritor inglês Nick Hornby, não teve pudor em elogiar uma canção banal, mas agradável, como “I’m like a bird” em seu livro “31 canções”. Suas músicas são um exemplo de canções agradáveis, boas, porém descartáveis. Hoje ela reformula sua carreira sob a influência do produtor e cantor de hip-hop Timberland, suas canções ganharam novas batidas e seu estilo agora apela para um lado mais sensual, a exemplo, da canção “Promiscuss”.

Os jovens sempre foram alvos preferenciais dos artistas pop. Não é a toa que a indústria musical aproveita e lança grupos e artistas caça-níqueis a todo momento, sempre surge um novo hit. Mas, engana-se quem pensa que o mundo da musica pop gira somente em torno dessa lógica. Há quem consiga envelhecer junto com seus fãs e sem, contudo comprometer a sua música, um exemplo disso é Elvis Costelo e Bob Dylan, que em seu último trabalho “Modern Times”, considerado tão bom quanto os primeiros de sua carreira, esteve várias vezes no topo das paradas de sucesso, liderando a lista de álbuns que foram destaque em 2006.

Apesar da música pop estar associada à diversão e ao “fazer dinheiro”, nem tudo é descartável. O grande mérito da música pop é a sua leveza. Existe muita coisa boa neste gênero musical, existem artistas que se aproveitam do seu potencial massivo para romper barreiras e inovar, seja pelas suas experimentações ou sua capacidade antropofágica de absorver várias influencias. Existem coisas que só é permitido na música pop, como por exemplo, acrescentar ritmos como o hip-hop, dance, reggue, xote e continuar sendo pop. Por mais que haja preconceitos e seja considerada kistch, a música pop sempre terá adeptos.

Ítalo R.

Nenhum comentário: